Após registrar vendas abaixo do esperado no Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais, o comércio de Manaus se prepara para o Dia das Crianças. A boa notícia é que 95% da cidade confirmam que vão adquirir presentes para a ocasião, conforme a pesquisa do Ifpeam (Instituto Fecomercio de Pesquisas Empresariais do Amazonas). Além disso, 76% esperam presentear duas ou mais crianças. Mas 45% dos entrevistados avisam que vão gastar menos de R$ 150 nas compras, sendo que a prioridade é para brinquedos, vestuários e calçados.
A parcela de consumidores que pretendem recorrer ao comércio online para comprar os presentes já cresceu de 10% para 15%, na comparação com as datas comemorativas anteriores. Mas, a preferência do consumidor ainda é pelas compras presenciais, especialmente pelos estabelecimentos do Centro da cidade. Na hora de escolher, o preço é apontado como como fator primordial de decisão, sendo secundado por “qualidade dos produtos” e “promoções e ofertas”. Diante da sinalização da redução dos juros e da limpeza de cadastro de negativados pelo programa Desenrola, 57% dos entrevistados apontam simpatia pelo pagamento a crédito.
Ao menos 27% dos consumidores ouvidos pelo Ifpeam estão dispostos a gastar entre R$ 81 e R$ 150 na compra do presente para o Dia das Crianças deste ano, ao passo que 28% esperam dispender de R$ 151 a R$ 250. O percentual dos que esperam estender os dispêndios a uma faixa que vai um pouco mais longe, de R$ 251 a R$ 400 (18%), empata com o grupo que avisa que não irá além dos R$ 80 (18%). A minoria pretende dispender acima de R$ (9%).
Em torno de 34% informam que vão comprar presentes para duas crianças e 24%, para uma criança. A lista se completa pelos consumidores que vão adquirir presentes para três (28%), quatro (8%), cinco ou mais (6%) crianças. Os presenteados são filhos (53%), sobrinhos (33%), netos (24%), afilhados e enteados (16%) e irmãos (10%). Na hora de comprar, 48% dos consumidores priorizam “o que a criança está precisando”, 25% escolhem “o que a criança quer ganhar”, 15% optam por “produtos educativos” e 12% decidem “de acordo com a utilidade”.
Locais e pagamentos
As compras priorizam os brinquedos (55%), mas incluem também para itens tradicionais de vestuário e calçados (49%), assim como perfumaria (22%). Artigos eletrônicos/jogos eletrônicos (21%), bicicletas, patinetes e similares (20%), smartphones e outros eletroeletrônicos (17%), assim como artigos esportivos (14%) também têm seu espaço, além de “outros” (12%). Há quem escolha atividades, como passear (19%), sair para restaurantes, lanchonetes e similares (15%), ir ao cinema (11%). Já relógios (9%), livros (8%) e óculos (6%) ocupam as posições seguintes. O Ifpeam ressalva que “o total está acima de 100%, pois o entrevistado pode escolher mais de uma opção”.
Apesar do risco de cair nas listas de endividamento e inadimplência, mas já em linha com a redução das linhas de negativados pelo programa Desenrola e a tímida diminuição dos juros bancários, 41% informam que vão usar cartão de crédito, e outros 16% dizem que vão optar pelo crediário, carnê ou cartão da própria loja. O grupo que prefere dinheiro, Pix, transferência bancária e boleto bancário conta compõem 26% dos entrevistados – 5 pontos percentuais a menos do que no Dia dos Pais. A opção de outros 17% é o cartão de débito (20%).
Uma boa notícia para os lojistas é que, a despeito da mudança de costumes estabelecida pela pandemia, 85% dos consumidores manifestaram preferência pelas compras no comércio presencial – um percentual pouco menor do que no Dia dos Pais (90%). Dentro desse grupo, a preferência é pelo varejo do Centro (34%), seguido de perto pelos shoppings (29%) e pelas lojas de rua e de bairros (26%), e mais de longe pelos hipermercados (11%). Entre os 15% que dizem que vão comprar online, as escolhas são pelos sites/lojas virtuais (50%), Facebook (21%), Instagram (18%) e WhatsApp (11%).
Preços e ofertas
Fatores econômicos, como preço (61%) e “promoções e ofertas” (54%), ainda se mantêm em destaque entre os principais critério decisórios dos consumidores na hora de comprar – além da “qualidade dos produtos” (60%). As demandas incluem ainda “variedade de produtos” (35%), atendimento (31%), segurança (25%), “frete grátis” (23%), facilidades de pagamento (20%), localização (18%), pronta entrega (16%), climatização (15%) e delivery (13%).
O Ifpeam perguntou também quais fatores fazem o cliente desistir de uma compra. O “mau atendimento” (70%) aparece disparado na primeira colocação, seguido por “taxas de frete elevadas” (37%), “não confiar na loja ou site” (35%), “lojas ou sites não confiáveis” (30%), “falta de informações dos produtos” (26%), “prazos longos de entrega” (25%) e “má reputação em sites ou nas redes sociais” (20%). A assim como na pergunta anterior, a lista não fecha novamente em 100% porque os entrevistados poderiam escolher mais de uma opção.
“A síntese de todas as informações coletadas para o Dia das Crianças foi repassada aos empresários, para que todos pudessem se planejar e comprar corretamente, dentro dos valores que os consumidores pretendem gastar para dar presentes. Para que não haja uma descapitalização das empresas, considerando que as mesmas pagam o ICMS antecipadamente com valor agregado, antes mesmo de vender ou botar a mão na mercadoria”, concluiu o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota.
Boxe ou coordenada: Saiba mais sobre a pesquisa
A pesquisa do Ifpeam foi realizada com uma amostra de 2.059 consumidores de todas as zonas de Manaus, que foram ouvidos entre 13 e 15 de setembro, via Google Formulários – aplicativo de mensagens instantâneas – e entrevistas pessoais em locais de “grande fluxo”. Mulheres respondem por 51% da amostra e homens, por 49%. As faixas etárias predominantes são as que vão de 25 a 34 anos (35%), e entre 35 e 44 anos (35%), seguidas por aqueles que têm 45 a 59 anos (14%), 18 a 24 anos (13%) e 60 anos ou mais (3%).
A maioria tem renda entre um e dois salários mínimos (45%), ou até um mínimo (30%). Na sequência estão aqueles que contam com vencimentos de dois a quatro mínimos (21%) e acima de quatro mínimos (4%). Em termos de escolaridade, 55% contam apenas com o ensino médio, seguidos por aqueles que chegaram ao nível superior (23%), dos que ficaram no ensino fundamental (15%), e dos que atingiram a pós-graduação (7%). Os entrevistados moram nas regiões Norte (40%), Leste (22%), Sul (16%) e Oeste (9%), além de 13% que residem no “Centro da cidade”.