A boa música é capaz de operar verdadeiros milagres, por isso é indicada como auxiliar no tratamento de condições de saúde como ansiedade, estresse, transtorno do espectro autista, dor crônica, Alzheimer, AVC, citando apenas algumas. Cientificamente comprovado, a boa música desenvolve a mente humana, gera a sensação de bem-estar, facilita a concentração e o raciocínio, fortalece a memória e aperfeiçoa a noção de tempo e espaço. Por esse motivo os músicos Anderson e Jonas Farias realizam a segunda edição do projeto ‘Duo Farias – Concertos Didáticos II’, com uma série de apresentações em abrigos, hospitais e lares sociais de Manaus.
Apesar do mesmo sobrenome, Anderson, pianista; e Jonas, violinista, não são irmãos.
“Nos conhecemos há mais de 20 anos, através de parcerias musicais, inclusive estudando juntos no Cláudio Santoro, e agora, coincidentemente, realizamos o Duo Farias”, explicou Jonas.
O objetivo do projeto, contemplado no edital da Lei Paulo Gustavo, é levar música, alegria e conhecimento para locais de vulnerabilidade social e emocional. Foi idealizado, e teve sua primeira edição, em 2020, durante a pandemia, exatamente buscando melhorar as condições emocionais de quem participava das apresentações do Duo Farias.
E os estilos musicais são os mais variados, com os clássicos temas de filmes western do italiano Ennio Morricone, como ‘Era uma vez no oeste’, ou do americano John Williams, que compôs os temas de filmes como Tubarão, ET, Star wars, e Os caçadores da arca perdida, entre outros.
Repertório eclético
“Mas os temas dos filmes são apenas uma parte do repertório, que é bastante eclético. Por exemplo, no asilo Dr. Thomas, os idosos gostam muito de boleros, então tocamos ‘Eu sei que vou te amar’, ‘Perfídia’, ‘Solamente uma vez’, ‘Bésame mucho’; também entram na lista as nossas toadas, MPB, os clássicos allegros de Mozart, os instrumentais de Ludovico Einaudi, de acordo com o público”, disse.
E os dois músicos não se limitam a apenas tocar as músicas. Suas apresentações ainda têm um tom didático.
“Nós apresentamos os instrumentos, explicamos um pouco sobre suas histórias e funcionamento, além de incentivarmos os ouvintes a aprenderem algum instrumento e apreciarem uma boa música. A proposta é proporcionar, não apenas um momento de diversão, mas também deixar um legado educacional para as pessoas envolvidas”, contou.
Os dois músicos acrescentam que esse trabalho que fazem não se trata de musicoterapia.
“Não somos terapeutas, somos músicos, então o que fazemos é um show, uma apresentação musical que trará resultados como qualquer outro evento envolvendo música”, falou.
“Acreditamos que a música tem um papel fundamental na promoção da saúde e do bem-estar das pessoas, melhorando o humor e a socialização, além disso queremos despertar o interesse de quem nos ouve em aprender a tocar um instrumento, pois isso pode trazer muitos benefícios para a vida pessoal, e até profissional, dessa pessoa”, garantiu.
Em cada Duo Farias, Anderson e Jonas fazem um show com cerca de uma hora, ou até um pouco mais se o público pedir. Além do violino e do teclado, os músicos levam todo um aparato de sonorização para que a performance tenha qualidade.
Turnê do Duo
O projeto Duo Farias começa no sábado (dia 2 de março), na Casa Andrea do Amazonas, às 15h. Na sexta-feira (8 de março), serão duas apresentações: às 10h no asilo Dr. Thomas, e às 14h, no Lar das Marias. Na sexta-feira (15 de março), os músicos estarão no Abrigo Nacer, às 15h. Finalizando a segunda edição do projeto, no sábado (dia 16 de março), Anderson e Jonas darão um sopro de alegria nos internos do Lar de Vitórias, às 14h, e da Fundação Cecon, às 16h30.
As apresentações são gratuitas e abertas ao público, desde que respeitadas as normas de segurança sanitária de cada um dos espaços.
“Este ano repetiremos a Casa Andrea, o Dr. Thomas e o Cecon. Nas outras três instituições iremos pela primeira vez. Para uma terceira edição do Duo Farias estamos abertos a solicitações dos interessados. Nosso Instagram é @duofarias”, finalizou.


Sobre os músicos
Jonas é graduado pela Ufam, e mestre em música pela Escola Superior de Artes de Portugal. Já participou de orquestras como a Experimental da Amazonas Filarmônica; a Orquestra do Festival de Música, em Brasília; e a Orquestra Ibérica da Classe de Música Barroca, em Castelo Branco, Portugal.
Anderson é graduado em piano erudito pela UEA, arranjador, compositor e educador musical. Já participou da Orquestra Big Manaus Band, Orquestra de Câmara do Amazonas, além de acompanhar vários artistas do Norte. Foi professor no Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro e colaborador em diversos festivais e shows pelo Brasil, Estados Unidos e Europa.
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