A Vanguarda Messiânica se prepara para a realização de mais um Fórum Social da Torá Judaico-Cristã, que acontecerá no auditório da Faculdade Boas Novas nos dias 25, quinta-feira, das 10h às 18h30, e 26, sexta-feira, das 9h às 17h. Nesta edição do Fórum Social o tema será ‘Pacificação da juventude’ com debates sobre direitos, liberdade e perspectivas. Nessa entrevista ao Jornal do Commercio, o rabino Ícaro Pereira Moreno, presidente do Conselho de Pensadores do Fórum, deu detalhes sobre o que acontecerá nos dois dias do evento.
Jornal do Commercio: Qual o objetivo do 3º Fórum Social da Torá Judaico-Cristã?
Ícaro Moreno: O objetivo do 3º Fórum é trazer a juventude brasileira para esse patamar de pensamento, uma vez que o tecido social brasileiro está bastante comprometido principalmente com garantias e reais perspectivas para o jovem latino. A pacificação da juventude significa dignificar os reais valores que possam enviar os nossos jovens para um futuro promissor como nação, povo e língua. Pacificar é desarmar os conflitos sociais da juventude que estão empurrando uma geração para o abismo, com uma profunda falta de identidade.
JC: O Fórum é organizado pela Vanguarda Messiânica? O que é a Vanguarda?
ÍM: A Vanguarda Messiânica é um movimento de pensadores, pessoas que refletem e analisam o homem na perspectiva da sua criação, no seu contexto histórico de evolução social e científico dentro dos códigos da condição natural e filosófica do ser humano. Esse grupo de pensadores são laicos e partem da perspectiva de que o homem, de forma natural ou exercendo sua espiritualidade, vai se deparar como todos os seres humanos pela necessidade de justiça. Aí nos organizamos em fóruns de debates e encaminhamento das nossas problemáticas. Surgem assim as organizações civis, os fóruns, que vão abrigar esses pensadores e debatedores que creem e defendem uma forma de messianismo social, que aponta para uma esperada época messiânica de justiça e paz na Terra.
JC: Por que o tema ‘Pacificação da juventude’?
ÍM: A nossa juventude atual, que foi a infância de ontem, foi abandonando gradativamente as tradições étnicas e familiares, caindo em um abismo onde a perda de identidade é quase total. Fomos afetados de forma letal pela proposta da globalização, onde a identidade passa a ser ditada pelo poder estatal e empresarial, pelo tráfico. Então, pacificar é encontrar um novo rumo dentro das potencialidades que temos, sem buscarmos novamente utopias.

JC: Quem são esses jovens que vocês esperam receber no Fórum?
ÍM: São de diversos segmentos representativos da juventude, que queiram debater dentro do conceito de justiça, pensamento jurídico e filosófico da Torá. Foram convidados segmentos estudantis de pastorais, associações, instituições públicas e privadas que fazem atendimento a jovens. As secretarias de Educação Estadual e Municipal foram convidadas, bem como ex-lideranças jovens que participaram da reconstrução democrática do país, também instituições assistenciais que atuam com jovens. O evento propositalmente foi convocado para um centro de formação universitário, a Faculdade Boas Novas, laica, que tem inspiração na herança judaico-cristã. O evento é aberto a toda sociedade, com inscrições de pessoas jurídicas e físicas previamente.
JC: Quem serão os palestrantes e sobre quais temas falarão?
ÌM: Os palestrantes estão sendo escolhidos entre a comunidade acadêmica, jurídica e ativistas sociais. Nos anos anteriores (o Fórum é a cada dois anos) tivemos a Dra. Luz Amparo, ligada ao comissariado da ONU, especialista em direito de família (2019), no último Fórum (2021) que tinha como tema a ‘Pacificação social’, veio a ex-procuradora do Distrito Federal deputada Bia Kicis, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, em Brasília. Sempre temos um palestrante local e outro nacional. Esse ano, como esperamos várias lideranças da juventude, estamos priorizando o debate da base. Os principais debatedores serão os líderes de movimentos.
JC: Os resultados e propostas do Fórum serão enviados para outras instituições?
ÌM: Como em todos os outros Fóruns, é elaborada uma carta aprovada pelos membros credenciados para o Fórum na plenária final, e encaminhada para os parlamentos municipais, estaduais, federais, para a justiça e demais segmentos da sociedade civil organizada onde chega o alcance dos pensadores e ativistas do Fórum em suas diretorias estaduais e municipais. Alguns são consultivos para se transformarem em projetos de leis e bandeiras de luta.
JC: Durante o Fórum será abordada a atual situação tensa em Israel?
ÌM: Em cartas anteriores dos Fóruns foram abordados esses temas, inclusive sobre o antissemitismo. A temática esse ano não é essa, no entanto, sempre somos solidários a existência do Estado de Israel e a luta contra toda forma de terrorismo.
Fones para as inscrições e outras informações: 9 8805-3066 / 9 9397-9804 / 9 9976-7283.
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