Os amantes da arte urbana já podem se preparar porque este final de semana será deles. Nos dias 10 e 11, sábado e domingo, acontece a segunda edição do Graffiti Queens Festival, que está se consolidando como um dos maiores festivais de arte urbana feminina da América Latina. O evento acontecerá na entrada do Campo São Pedro, localizado na av. Nepal, Nova Cidade, a partir das 9h e terá como tema ‘Donas do rolê’.
O Graffiti Queens Festival faz parte do projeto Graffiti Queens, criado em 2016, pela artista plástica Wira tini (assim mesmo, com ‘t’ minúsculo) e tem como objetivo dar visibilidade à produção artística urbana feita por mulheres. Atualmente tem à frente três mulheres, além de homens parceiros do projeto.
“O Graffiti Queens foi criado para difundir, divulgar e criar um cenário cada vez mais forte entre as mulheres que fazem arte urbana, tanto no Brasil quanto no mundo todo”, falou.
A arte urbana vem ganhando relevância, em Manaus, há alguns anos. São manifestações artísticas que ocorrem em espaços públicos como ruas, muros, passarelas, viadutos, pontes e edifícios. Belas pinturas ganharam as laterais de edifícios do Centro. Mas a arte urbana não é apenas isso. Intervenções, performances e apresentações completam as ações.
“Realizaremos várias atividades durante os dois dias do Graffiti Queens Festival. No dia 10 teremos murais de grafite, trancistas, oficina de grafite, oficina de skate, batalha feminina de freestyle, DJ Jota P e banho de mangueira; o dia 11 começa com um amistoso de futebol feminino, segue com o mural de grafite, bingo e novamente o banho de mangueira. Um dos objetivos do Festival é integrar diferentes linguagens artísticas e mobilizar a cena cultural local”, adiantou.
Polo de arte urbana
“Teremos dez artistas plásticas convidadas para o Festival, e lhes serão disponibilizados mais de 30 espaços para elas expressarem sua arte. Através do tema ‘Donas do rolê’, buscamos reafirmar o direito das mulheres a ocuparem os espaços urbanos e culturais”, avisou.
“A edição de 2025 promete uma programação voltada à ocupação criativa e à formação artística. As oficinas e workshops de grafite e skate serão direcionados para mulheres e crianças. A oficina de skate é uma parceria com a Associação ZN, da Zona Norte de Manaus. O objetivo é viabilizar o primeiro contato das mulheres e meninas da comunidade com o esporte, principalmente em relação às que não moram na região e desejam participar”, disse.
“A ideia é criar essa rede de mulheres artistas e incentivar que meninas possam se ver nesse lugar também. Queremos que meninas e mulheres se inspirem, entendam que têm essa competência, e que não desistam no caminho. Nosso papel é incluir, apoiar e construir essa rede de apoio entre mulheres da arte”, completou.
Em nove anos de existência o Graffiti Queens já teve a participação de mais de mil mulheres, principalmente em suas oficinas de grafite e tudo isso com pouca ajuda do poder público. Para conseguir realizar suas ações, as coordenadoras do projeto ‘correm atrás’ de apoio e patrocínio.
“Manaus é um polo de arte urbana, por isso precisamos de mais atenção do poder público. Somos um exemplo. Mesmo diante das dificuldades, seguimos em frente. O Festival cresceu, ganhou até repercussão internacional e inspira outros projetos semelhantes. Hoje o Graffiti Queens é um projeto que tem projeção em toda a América Latina e é, com certeza, um dos maiores festivais de arte urbana do continente latino”, afirmou.
Tem até uma revista
Além das redes sociais, outra forma de divulgação do Graffiti Queens é através da tradicional mídia impressa com a Revista Graffiti Queens onde são registrados e divulgados os trabalhos das mulheres na arte urbana.
“Conseguimos fazer a primeira revista de grafite feminino do mundo. Muitas artistas de fora do país se inscreveram para participar das edições, e isso mostra a força e o alcance do que estamos tendo”, comemorou.
“Os temas são diversos. Já tivemos matérias sobre a vida dessas artistas, a história do grafite, festivais de arte urbana com mulheres, matérias sobre projetos de mulheres do Norte, Nordeste, Sul e Sudeste. A terceira edição da revista trouxe uma entrevista exclusiva com a primeira fotógrafa de grafite do mundo, Martha Cooper, como capa. A Revista Graffiti Queens é a primeira e única revista de grafite feminina do mundo e se criou como uma ferramenta de pesquisa. Essa terceira edição também foi lançada no México”, informou.

Quem é Wira tini?
Wira tini é natural de Manaus. Já realizou diversas exposições e participou de muitos
festivais de arte urbana em várias cidades do Brasil, acumulando trabalhos artísticos em parceria com marcas e organizações.
O Grafitti Queens é um projeto contemplado pelo edital Macro de Chamamento Público – Projetos Culturais, na categoria Hip-Hop.
Informações sobre o Grafitti Queens Festival: Instagram @gqfestival
Informações sobre a Revista Graffiti Queens: Instagram @revistagraffitiqueens