Presidente Lula debate Conferência do Clima com chanceler alemã

Em: 4 de dezembro de 2009
Angela Merkel afirmou que a Conferência de Copenhague será um passo à frente na questão climática, mas ainda não será o “ideal’’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chanceler alemã Angela Merkel admitiram que não será possível alcançar o “acordo ideal’’ na Conferência do Clima, em Copenhague, na Dinamarca, mas reforçaram a necessidade de “resultados robustos, equilibrados e justos’’ para frear o aumento da temperatura global.
Ao lado de Merkel, Lula ponderou que, por se tratar de um tema novo, a questão do aquecimento global não tem posição fechada na comunidade internacional. As informações são da Agência Brasil. “Acho que não vamos fazer o acordo dos nossos sonhos’’, disse Lula, acrescentando que as metas apresentadas pelos países dependem das políticas internas. “Se dependesse da vontade pessoal do presidente dos EUA, Barack Obama, ele apresentaria um número mais arrojado. Nós fizemos uma proposta arrojada’’.
No mesmo tom, a chanceler alemã afirmou que a Conferência de Copenhague será um passo à frente na questão climática, mas não o “ideal’’. Enquanto Merkel apelou para o engajamento dos países emergentes, Lula cobrou a transferência de tecnologia e de financiamento para que os países emergentes mantenham o crescimento econômico. “É preciso que haja compreensão da necessidade da transferência de tecnologia e de financiamento para que os países pobres possam crescer sem poluir o mundo como nós poluímos’’, disse. Antes do encontro com a chanceler alemã, Lula foi recebido pelo presidente da Alemanha, Horst Köhler, no Palácio Bellevue, residência oficial do chefe de Estado. Em seguida, acompanhado dos ministros, fez uma visita ao Portão de Brandemburgo e depositou flores no Memorial da Alemanha para as Vítimas da Guerra e da Tirania. Lula fez um apelo à comunidade internacional para que mantenha as negociações com o Irã, após declaração da chanceler alemã Angela Merkel sobre a falta de progressos nas discussões do programa nuclear iraniano. Merkel falou em “perder a paciência’’ com o Irã, uma vez que a questão se arrasta desde que ela se tornou primeira-ministra, há quatro anos.
“O melhor e mais barato é acreditarmos nas negociações e termos muita paciência. Eu penso que tratar o Irã como se fosse um país insignificante, aumentado a cada dia a pressão, poderá não resultar em uma coisa boa. Precisamos aumentar o grau de paciência para aumentar o grau de conversação com o Irã’’, pediu o presidente Lula em entrevista coletiva concedida ao lado da chanceler alemã.

Redação

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