A associação PanAmazônia deu prosseguimento à sua agenda de reuniões e sabatinas com os pré-candidatos à Prefeitura de Manaus, nesta terça (4). Quem foi ouvido – e questionado – desta vez foi o presidente da Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas), deputado estadual Roberto Cidade (UB). A entidade sem fins lucrativos representa parte significativa do empresariado dos Estados amazônicos, e busca maior interlocução com os políticos que estão no páreo das eleições municipais das capitais regionais. Também procura apresentar a eles suas expectativas e recomendações.
Já em seu segundo mandato na Aleam, o parlamentar também conseguiu ser reeleito para a presidência da casa legislativa. O político, que também conta com rápida passagem pela Câmara Municipal de Manaus (2017- 2018) em seu currículo, tem sua pré-candidatura apoiada pelo governador Wilson Lima (UB). Na conversa com os associados da PanAmazônia, disse que seu tripé está no retorno do Auxílio Manauara; na ampliação e armamento da Guarda Municipal; e no reforço da saúde municipal, com foco no atendimento emergencial. Mas acena com pontos caros ao empresariado, como desburocratização, alívio na tributação para quem emprega e recuperação do Centro.
O parlamentar, que também vem do empreendedorismo, foi o quinto pré-candidato a ser ouvido pela PanAmazônia, sendo precedido pelo deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza), pelo deputado federal Amom Mandel (Cidadania), pela empresária Maria do Carmo Seffair (Novo), e pelo também deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM). Está no páreo com sete concorrentes. Além dos citados, há o atual prefeito David Almeida (Avante), que teve sua pré-candidatura oficialmente lançada nesta segunda (3). Também concorrem o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT) e o advogado Marcelo Amil (PSOL).
Roberto Cidade iniciou sua apresentação, lembrando que foi o segundo deputado estadual mais votado em 2018, ano em que conquistou seu primeiro mandato na Aleam, além de bater o recorde de votos para o mesmo posto, no pleito de 2022. “É um desafio enorme ser presidente da Assembleia e, como presidente da casa, atravessei o momento mais crítico da política amazonense”, declarou, sem entrar em maiores detalhes.
Ele salientou que sua postura à frente do Legislativo estadual é de ser sempre a favor do lado empresarial. “Quando chegamos, logo nos primeiros dois meses, conseguimos fazer com que a lei do monopólio saísse do papel, de onde não saia desde 2019. E sou favor de todas as leis que visam beneficiar os empreendedores que queira vir para cá. Porque eu sei o que os empresários sentem na pele, ao pagar aquele imposto que muitas vezes você vê que é absurdo”, enfatizou.
Para o parlamentar, administrar a capital amazonense é um “desafio enorme” e o candidato eleito deve cumprir o que promete. “Manaus é a quinta capital do Brasil que mais arrecada. Mas, infelizmente, se os números são bons, as entregas são ruins. Somos também a quinta capital brasileira na linha de pobreza. Temos hoje mais de 300 mil manauaras que não tem o que comer. Temos compromissos em nosso plano de governo, não propostas. Porque todo mundo diz que vai fazer isso e aquilo. Empresário de respeito é aquele que promete e cumpre. Tenho isso comigo e foi o que me fez chegar até aqui”, afiançou.
O deputado diz que ainda está montando seu plano de governo, mas ressalva que quer apresentar propostas viáveis, para não ser reprovado posteriormente nas urnas. “Tive a oportunidade de ser eleito e reeleito para a presidência da Aleam porque administrei para todos”, frisou. “Manaus absorve todos os problemas do Amazonas e ser seu prefeito é administrar uma capital-Estado. É ajudar a população que mais precisa, mas também sentar com os empreendedores. Precisamos também retomar o Centro de Manaus, que está abandonado. Estou de corpo e alma nesse projeto”, emendou.
“Três compromissos”
O pré-candidato diz que ninguém chega a lugar nenhum sozinho e que o Executivo e o Legislativo precisam um do outro. E acrescenta que tem três compromissos com Manaus. “Sempre ouço muito, pois a política é feita de construções. Meu primeiro compromisso é ajudar a matar a fome. A cidade tinha o Auxílio Manauara, extinto na estiagem, que beneficiava 40 mil pessoas, com uma ajuda mensal. Vamos mandar uma proposta para a CMM para matar a fome de 50 mil cidadãos, com um auxilio mensal permanente”, adiantou.
Outra diretiva é a melhora e ampliação da Guarda Municipal. “Vamos lançar um concurso público, logo nos primeiros seis meses de mandato. A segurança é uma obrigação constitucional do governo do Estado, mas a prefeitura tem de fazer a sua parte. Temos apenas 385 guardas municipais, enquanto Fortaleza tem 2.700. Vamos aumentar o efetivo para 3.00. Eles também têm uma guarda armada e nós temos apenas um em cada dez nessa condição. Mesmo a Aleam tendo aprovado uma PEC para permitir isso”, comparou.
A última perna do tripé do pré-candiidato está na saúde. “Vamos assumir de fato essa pasta. Vamos focar nas cirurgias de emergência, porque a responsabilidade do Estado é a média e alta complexidades. Em torno de 70% da população que procura do Hospital 28 de Agosto precisa disso. A UBS [Unidade básica de Saúde] só dá a consulta e a receita, sem o começo, meio e fim. É a mesma coisa que fazer uma obra pela metade. Vou colocar 12 UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] funcionando 24 horas”, anunciou.
Roberto Cidade garantiu também que o empresário “vai ter vez” em seu mandato. “Vamos ter rodadas de conversas. Minha intenção é fazer com que o empresário amazonense cresça. Vamos desburocratizar. É muito chato você mandar seu contador ir dez vezes à prefeitura para tirar um Alvará. É complicado ver que, a cada ano que passa, o IPTU só aumenta. É complicado também ver que muita empresa que gera muito emprego e renda pagar o ISS de uma forma que hoje poderiam ter uma reconsideração”, listou.
Diálogo sem posicionamento
Assim como no encontro anterior, ao final do evento, o pré-candidato recebeu uma carta com uma agenda de 12 pontos considerados essenciais pela entidade para a agenda do futuro prefeito. A lista inclui eficiência da gestão pública; economia e retorno do investimento público; enxugamento da máquina administrativa; liberdade econômica e segurança jurídica; redução da carga tributária; celeridade na emissão de licenças; diálogo permanente com o setor empresarial; regularização de imóveis; tratamento equânime aos profissionais liberais no âmbito do ISS; regulamentação das APPs; restauração do Centro Histórico com inserção no turismo internacional; e obras para melhoria do trânsito e infraestrutura fluvial.
O diretor executivo da Associação PanAmazônia, Belisário Arce, reforça que a entidade não tem posição partidária e também não faz nenhum convite formal a nenhum dos pré-candidatos, reservando a estes a iniciativa do debate. “Como é de conhecimento de todos, a entidade abriu espaço para que todos os candidatos possam vir e conversar com nossos associados. Hoje, a PanAmazônia tem 170 empresas associadas, que repre