Compra de material escolar movimenta livrarias de Manaus e aquece mercado de trabalho temporário

Em: 11 de janeiro de 2024

No início do ano chegam os gastos que impactam diretamente as contas das famílias. O momento do ano é marcado, por exemplo, pelas compras de material escolar, tido como um dos maiores gastos neste período com possível reajuste anual dos itens. É o que aponta o estudo da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares ao estimar que esses produtos terão aumento de preços de 7% a 9%.

Abastecidas, com reforço na equipe de colaboradores e horário diferenciado, as papelarias em Manaus, já estão com grande demanda de pais e responsáveis  que já receberam a lista e estão de volta às compras. A expectativa dos lojistas é vender ainda mais que ano passado. 

“O aumento de colaboradores é rotineiro durante o período. Chega essa época eu quase que triplico ou quadriplico o número de funcionários, exemplo prático. Durante o ano eu funciono com dois ou três caixas. Nessa época de janeiro eu tô funcionando agora aqui dia de sábado com 12 caixas. Então, 3, 6, 9 eu tripliquei, quadrupliquei alguns cantos, venda, caixa, estoque, segurança, escritório, em tudo. E se nós temos outro meio de venda que é o e-commerce. O e-commerce é a nossa loja virtual. Temos um site que disponibiliza alguns dos produtos lá e as listas de material escolar, a gente procura atender ao máximo dos pais para a linha virtual, tanto a linha virtual quanto a presencial”, comentou Erick Lira, proprietário da tradicional Livraria Lira.

A respeito dos reajustes, ele explicou que,  o aumento no valor do preço dos materiais,  aconteceu, entre abril e junho, que é quando ele começou a se preparar para essa volta às aulas. “Esses reajustes seguem muito próximo a linha da inflação. Esse ano foi 5%, 6%, então, segue muito a linha disso, mas o setor onde tem papel, papelaria, que é o carro chefe do meu ramo, teve um aumento maior por causa da falta de papel. Faltou papel no país depois da pandemia, então teve um aumento substancial em relação ao retrasado do ano passado, e do ano passado para esse ano”, frisou. Ele lamenta pelo aumento, pois sabe que reflete em cheio no encarecimento da lista de material escolar.

O cenário favorável durante o período traz as melhores expectativas para o empresário. “A minha perspectiva é sempre acreditar que o movimento vai ser melhor do que o último. Se eu não acreditar, quem vai acreditar? As expectativas são sempre as melhores, mas sendo franco, se a gente conseguir ficar no 0 a 0, tá excelente”, disse. 

O Grupo Queiroz é um dos que já se antecipou na disponibilização dos produtos para atender a demanda.

O diretor do Grupo, Anderson Queiroz, diz que o movimento já começa a ficar aquecido e a expectativa é de alta demanda. Entre os fatores para a procura com antecedência, segundo ele, é que muitas escolas já disponibilizaram as listas de material escolar. Além disso, o pagamento da primeira parcela do 13º salário faz com que os pais separem determinado valor para esse tipo de compra

O Grupo Queiroz investiu na variedade de produtos, atendendo a diferentes orçamentos – dos itens básicos, como caderno, até brinquedos pedagógicos que aparecem na lista de algumas escolas de educação infantil.

De acordo com Anderson Queiroz, a empresa ampliou em 30% o estoque, com itens bastante variados. A expectativa é que haja um crescimento em torno de 30% nas vendas em relação a 2023. “O período de volta às aulas de 2023 foi muito bom, superando as expectativas. Antes, foram dois anos difíceis, com incertezas devido à pandemia. Para a campanha de 2024 acreditamos que os resultados serão muito bons”, destaca.

Anderson Queiroz ressalta que os empreendedores do interior do estado também já podem fazer a compra de material escolar para a revenda. A empresa está preparada para atender a demanda dos lojistas, com um centro de distribuição funcionando 24h, pronto para realizar toda a logística necessária. Além disso, o Grupo possui diferentes canais de venda. São 15 lojas físicas em Manaus e 02 em Boa Vista, e atua, ainda, nas plataformas digitais, como o site www.lojasqueiroz.com.br e televendas, facilitando e agregando comodidade ao dia a dia do consumidor.

Comparando os preços 

Elaine Silva, mãe de dois alunos do nível fundamental, já começou as pesquisas. Ela conta que deve gastar em média acima de R$ 3 mil apenas em livros e papelaria. “Por enquanto estou fazendo um levantamento. Fiquei surpresa com os valores. Comparando ao ano passado, realmente há um aumento 5% maior. Eu pretendo continuar pesquisando até o fim do mês. Um dos meus critérios para efetivar as compras é achar o local mais acessível em termos de valores”, comentou.  

Horários diferenciados 

A Livraria Lira está funcionando das 8h às 18h de segunda a sábado.

Já as empresas do Grupo Queiroz, estão funcionando das 7h30 às 19h, de segunda-feira a sábado,  as unidades localizadas nas avenidas Max Teixeira, 3511, Cidade Nova; Autaz Mirim, 9360, Jorge Teixeira; Brasil, 36 A, Compensa; Professor Nilton Lins, 451, Flores; Djalma Batista, 170, Chapada; Constantino Nery, 1360, São Geraldo; Tefé, 871, Cachoeirinha e  Margarita, 1, Nova Cidade. Também estarão abertas no mesmo horário as lojas da rua Ovídio Gomes Monteiro, 334, Alvorada e alameda Cosme Ferreira, 6946, Zumbi. No domingo, as lojas abrem das 7h30 às 13h, exceto a da avenida Djalma Batista, que não tem expediente.

Saiba 

Em virtude da pandemia, o país sofreu com falta de insumos para a fabricação de material escolar. O fato gerou preocupação no setor e as indústrias nacionais e as importadoras precisaram arcar com custos mais altos. As matérias-primas importadas, como papel, papelão e plástico, ficaram mais caras devido a variação do dólar no Brasil, os aumentos de custos na Ásia e a elevação dos preços de fretes internacionais. Em 2022, com a volta das aulas presenciais, o preço subiu e variou entre 15 a 30% a mais que antes da Covid-19.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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