Sequenciando este assunto posta a abordagem no capítulo já imediatamente encaminhado temos em seguida as razões dando a consciência como difícil de definir tendo que as pessoas buscam explicar a matéria tentando entender exatamente o que ela é. O que ela significa para nós como seres humanos ? Por que razão nós a temos?
Os fenômenos eletromagnéticos não podiam ser explicados nos termos dos princípios aceitos da física; no entanto, eles também não podiam ser desprezados. Portanto, indo contra os ventos dominantes da ortodoxia, foi necessário levar em consideração a existência dos campos. Como diz o doutor Albert: “Já se falava sobre campos desde pelo menos o início do século XIX, mas por um longo tempo eles não foram levados a sério”. A partir daí eles foram admitidos como aspectos intrínsecos e fundamentais do cosmo.
Pode ter chegado a hora de fazer o mesmo com a consciência e o desafio pode ser comparável. A qualidade ou natureza da carga eletromagnética e dos campos elétricos e
magnéticos diferia da qualidade dos objetos sólidos, coração do modelo newtoniano. A consciência é um nível da realidade ainda mais sutil que as forças ou os campos de força. No entanto, se ela é um nível da realidade e se é papel da física produzir uma “teoria de tudo” genuína, a consciência terá de ser incluída.
Em seguida, como observa Ed Mitchell, todos operamos dentro de “modelo científico segundo o qual tudo pode ser reduzido a pura matéria ou pura energia. Na verdade, tudo é energia, sendo a matéria uma forma de energia. Mais que isso, de acordo com esse modelo, a consciência como experimentamos é simplesmente um epifenômeno, ou seja, um subproduto da atividade cerebral; ela não é realmente fundanental.
“No entanto, todas as tradições religiosas do mundo afirmaram, de um forma ou de outra: “Não é assim: A própria consciência é o fundamental, e a energia-matéria é o produto da consciência.” Essa é a questão básica em que estamos trabalhando há um longo tempo, sem sermos realmente capazes de resolvê-la claramente de uma forma ou de outra.
Em seguida temos como revelação da consciência que muitos cientistas, como Amit Goswami, Peter Russel e David Chalmers (diretor do Centro de Estudos da Consciência da Universidade do Arizona), argumentam energicamente a favor da inclusão da consciência na nova estrutura da ciência. “Se a existência da consciência não pode ser derivada das leis da fisica”pondera Chalmers, “uma teoria da física não será uma verdadeira teoria de tudo. A teoria definitiva tem de conter mais um componente fundamental. Para isso, proponho que a experiência consciente seja considerada um aspecto fundamental, que não pode ser reduzido a nada mais básico”.
NIck Herbert chegou a uma conclusão semelhante: “Acredito que a mente é um processo fundamental por si só, tão disseminado e tão profundamente inserido na natureza quanto a luz ou a eletricidade.”
E a ciência, em sua busca constante, vai nessa direção. Stuart Hameroff e Roger Penrose propuseram uma teoria da consciência baseada nos microtúbulos cerebrais. As universidades estão oferecendo programas de estudo da consciência. Conferências atraem uma platéia diversificada e interessada, composta por cientistas, estudiosos e místicos, todos à volta com a pergunta aparentemente simples: o que é a consciência? Mas isso não é diferente das disciplinas científicas tradicionais às voltas com a pergunta aparentemente simples: o que é a realidade? Como ocorre em tantos outros casos — são dois lados da mesma moeda.
E Pete Russel acha que pode ser o momento de lançar a questão: “Em vez de partir do princípio de que a consciência emana do mundo material, como faz a maioria dos cientistas, precisamos considerar a visão alternativa, proposta por muitas tradições metafísicas e espirituais, segundo a qual a consciência é considerada um componente fundamental da realidade — tão ou talvez até mais fundamental que o espaço, o tempo e a matéria.”
Na verdade, a maioria das tradições espirituais afirma que a consciência não é “um” componente fundamental; ela é “o” componente fundamental. Todas as coisas brotam de um reservatório subjacente da consciência.
O doutor Hagelin está convencido de ser esse o caso:
A primeira de todas as experiências, poderíamos dizer, o princípio do universo, é quando a consciência pura, o campo unificado que vê a si mesmo, cria dentro de sua natureza essencialmente unificada a estrutura ternária composta de observador, observado e processo de observação. E daí, do nível mais profundo da realidade, que a consciência cria a criação, de modo que existe um relacionamento íntimo entre o observador e o observado. Eles estão essencialmente unidos como um todo inseparável na base da criação, que é o campo unificado e também nossa própria consciência mais profunda, o ser.
E com todas as definições e perguntas sobre a consciência ainda sem resposta, como o doutor Hagelin, Teresa d’Ávila, Jesus Cristo, Lao Tse, Eckhart Tolle, os sábios de Vedanta, chegaram a ter clareza sobre esse assunto? Usando a consciência para investigar a consciência. Tal como os cientistas da fisica utilizam instrumentos físicos de medição, os exploradores da consciência usam esse veículo para descobrir essa realidade. É de lembrar da narrativa de Ed Mitchell sobre seu momento de consciência cósmica, não? Parece ser uma experiência comum a todos os que passaram por ela — as fronteiras do ser se dissolvem para revelar que o ser é tudo, em toda parte, o tempo todo. O que sugere não apenas que a consciência não é criada pelo cérebro, mas que o cérebro limita a consciência.
E o que acontece quando os exploradores da consciência retornam ? O doutor Andrew Newberg nos conta:
Quando têm essa experiência (mística), as pessoas percebem que ela representa um nível da realidade mais fundamental que a realidade material do cotidiano na qual normalmente vivemos. De fato, mesmo quando não estão mais passando pela experiência mística, elas ainda percebem aquela realidade como mais real, representando uma forma mais verdadeira, a forma mais fundamental da realidade. E o mundo material no qual vivemos é como se fosse para elas uma realidade mais secundária.
Se esse for o caso, então por que esperar pela experiência mística surpreendente, extraordinária, para despertar da realidade material? O que acontece quando você começa a criar experiências místicas dentro de sua consciência? A resposta, naturalmente, é que você muda sua realidade.
Mas você está mudando a realidade “lá fora”? Certamente, à medida que o mundo físico se torna secundário, suas experiências serão fundamentalmente alteradas, Por exemplo, o arranhão no carro novo não é tão importante, mas o arranhão pode ser alterado? A boa notícia e a má notícia são — só você pode determinar isso para si mesmo. Isso é “mau” porque ninguém pode fazer essa descoberta em seu lugar, mas é “bom” porque, uma vez você tendo feito a descoberta, ninguém pode lhe dizer que não.
É advogado (OAB/436). Contato: [email protected].