Ampla, geral e irrestrita

Em: 25 de abril de 2025

Durante os divertidos e excitantes anos 60, aqui no nosso Brasil, a minha geração vivenciou o auge da Guerra Fria, onde, na América e parte do Ocidente, estávamos sob a pressão dos norte-americanos, e aliados, para evitar, a todo custo, a excessiva influência Chinesa e Soviética, no contexto das ideias de Socialismo e Comunismo. Desde então, muitos decidiram acreditar nas ideias do Tio Sam e muitos, também, decidiram seguir as ideias Marxistas-Leninistas. Porém, outros, decidiram estudar ambas as correntes e, mais tarde, escolher um lado. Ou não. De qualquer forma, disseminou-se uma frase, sem autoria, mas com um leve fundo de verdade: “ou vocês tiram esse presidente ou nós tiramos”. É sério que você sempre pensou que todos os países latino-americanos sempre foram soberanos e jamais se curvariam às influências alienígenas? Mas, isso sempre aconteceu, em toda a História, desde o início da humanidade. Ou seja, não há nada de novo. No entanto, como toda mudança serve para ficar igual, mesmo com outra roupagem, um belo dia, há tempos, quebrou-se a norma em vigor e estabeleceu-se novos governos, e que, pelo menos, eram brasileiros, e não estrangeiros. Por outro lado, tempos depois, jovens tentaram impor outras ideologias, com métodos já disseminados de guerrilha e foquismo, contra a influência ocidental imperante. Tive e tenho amigos que lutaram nos dois lados. Do lado A e do lado B. Quem tinha razão? A resposta é sua. Mas, é comum que fatos inéditos ocorram especificamente no nosso país, e assim, firmou-se a restituição do poder aos políticos, ou seja, findou-se um período de exceção, e, acredite, em paz, sem conflitos. Na época, decidiu-se por anistiar os erros e falhas, do lado A e do lado B, com o intuito de se seguir em paz, no futuro. Se ouvia e lia por aí:” anistia, ampla, geral e irrestrita”. Por outro lado, hodiernamente, observa-se, mais um vez, que pessoas não concordaram o sistema, e reagiram. E, bem, você está vendo isso todos os dias. Mas agora, se escuta e se lê: “sem anistia”. Muitos amigos me questionam por não me posicionar política-ideologicamente. E prossigo assim. Sou indiferente. Sem lado A e sem lado B. E bebo cervejas com partidários de todas as vertentes. Até algumas empresas de mídia, no passado, apoiaram um dos lados. E hoje, apoiam outro lado. Quando algum amigo meu confidencia que quer entrar na política, eu lembro o dito popular do “passarinho que come pedra, sabe…”. De fato, a política cabe aos políticos. Não é a minha praia. E, como já vi e estudei vários filmes desses, com o mesmo enredo, alterando personagens, sei que tudo passará. Cedo ou tarde. Enquanto isso, a vida segue ! Com cervejas ! Geladas!

Carlos Alberto da Silva

Coronel do Exército, na Reserva, professor universitário, graduado em Administração e mestre em Ciências Militares
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